Uma Rua ao Frio

O contraste do frio do chão coberto de neve e o calor que vem de dentro do casaco. O choque do ar gelado com o respirar.

sábado, maio 06, 2006

De volta a conversas com Tom

Nós sentimos. Sentimos aquilo que para nós importa, aquilo que nos afecta. E é a partir da acepção que temos da realidade que certas coisas nos afectam e outras não. É como desenhamos o mundo, a maneira como vemos as coisas, se lhes atribuimos profundeza ou não, que vai dar intensidade aos sentimentos.
Algo que nos afecta, que desperta um sentimento profundo não é contínuo. Não o pode ser. Não podemos continuamente sentir intensamente, pois aquilo que sentimos ser importante, é uma coisa especial, e por isso apenas aparece de vez em quando. Não pode ser algo sempre presente, uma banalidade.
É o efeito das ondas (Tom, a Figueira faz-te bem...!). Os sentimentos profundos vão e vêm, não estão permanentemente. Tal como a água do mar se absorve na areia, quando temos um sentimento profundo, esquecemo-nos de nós próprios, concentramo-nos no sentimento. Quando este se vai, concentramo-nos novamente em nós próprios, mas alterados pelo sentimnto que passou.
Nas palavras de Eddie Vedder (Severed Hand do novo álbum);


"Once dissolved, we're free to grow"