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O contraste do frio do chão coberto de neve e o calor que vem de dentro do casaco. O choque do ar gelado com o respirar.
1 Comments:
At 10:48 da tarde, Anónimo said…
Partir - ouvindo a noite bater
contra os vidros da memória! Linhas
sucedendo às linhas, nos grandes
continentes onde o gelo se desfaz
num curso de rios disperso no mapa
da vigília. Deixar que o ruído
dos carris embacie as frases murmuradas
no corredor, enquanto os viajantes
procuram um bar por entre
as carruagens. Decorar nomes de cidades
que a treva oculta, e só se deixam
adivinhar num súbito brilho de estação
onde alguém dorme, num banco
de madeira, sob o relógio parado
num outro século. Respirar o calor
tépido dos dormitórios improvisados,
convivendo com sombras que
ressonam uma ressaca de álcoois
baratos. E ver a imagem
que nasce num súbito abrandar
de rodas, perto da fronteira,
deitando sobre mim um olhar
que ainda hoje não sei ler, como
se a sua linguagem se tivesse
perdido num alfabeto de velhas
emoções.
Poema de N.J
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