Uma Rua ao Frio

O contraste do frio do chão coberto de neve e o calor que vem de dentro do casaco. O choque do ar gelado com o respirar.

sábado, novembro 25, 2006

Linda Martini - Olhos de Mongol


Finalmente possuo um exemplar de Olhos de Mongol. Há muito que acompanhava pela net as músicas de Linda Martini, e como tantos outros, estava ansioso para a primeira longa metragem deles.
Olhos de Mongol é diferente de tudo o resto que consta na secção de música portuguesa da funac. Primeiro, a capa, segundo, um conteúdo espectacular!
As diferentes inspirações de cada elemento levam a que o som desta banda seja uma massa de força e energia moldada por cada pequeno detalhe.
De tudo aquilo que prometiam pelo e.p., fizeram ainda mais neste cd.
As músicas têm um grande equilibrio entre garra e harmonia, entre palavras suaves e distroções ruidosas. A cada música, um tema, um estado de espírito.
A mistura perfeita entre sonic youth e red sparows, com o toque de originalidade, e palavras em português.
Destaque especial para a última música do álbum, A Severa (ver de perto), que nos transporta para as ruas de Lisboa e para um espírito de alfama. Um tema claramente urbanístico que acaba num crescendo wagneriano.

É caso para dizer, parabéns Linda Martini.

quarta-feira, novembro 22, 2006

Feliz época natalícia

Privado do meu companheiro habitual da caminhada matinal para o emprego, que tanto parazer me dá ao ouvido, fui obrigado a descer a rua ouvindo rádio. Estava ligado à rádio marginal que passava insistentemente jazzy jingles dos anos 50. Com um fresco matinal e com os enfeites de Natal que já tomaram de assalto a cidade pelo menos há um mês, só faltava começar a nevar e eu juro que teria começado a desejar um feliz natal a todas as pessoas com que me cruzava.

Martelos sem foices

É (e se não é devia ser) permitido dar uma martelada na cabeça de quem acorda os vizinhos com marteladas na parede?! Sobretudo sucessivamente durante um mês?!?
Deitado na cama e meio preso entre o sonho e a realidade, perdido e assustado por barulhos que passavam as paredes do meu quarto e perfuravam a minha cabeça, ainda num acto desesperado, peguei no comando que estava à mão, mas não consegui baixar o volume! Devia estar sem pilhas...

segunda-feira, novembro 20, 2006

Um dia como os outros

Todos os dias temos tempo. Todos os dias usamos o tempo.
Disponibilidade aparece em cada página da agenda, mas nós preenche-mo-la até à exaustão.
Ocupamos a cabeça com o dia, e ficamos sem tempo para pensar.
Mas o pior é quando de repente aparece tempo inesperado, e já não conseguimos sonhar...

terça-feira, novembro 14, 2006

Alternative ways


(fotografia por eu)

Keith Jarrett, Gary Peacock, Jack de Johnette



A pompa e circunstância da noite afastava aquele concerto de qualquer típico bar downtown de New Orleans. O público, que se reunia para mais uma noite de social (em que certamente, entre conversas, suscitava-se a competição de quem teria arranjado os bilhetes mais caros. Os que tinham os de €125 seriam as estrelas da noite!), vinha ver um Senhor, perdão, três Senhores do mundo do Jazz. Keith Jarrett, Gary Peacock e Jack de Johnette. Depois de tantas e inúmeras colaborações com virtuosos da música que nasceu da escvravidão, este trio juntou-se no ano em que nasci, para mostrar que ainda há muito por inventar na música.
Depois do susto de uma saída intempestiva do palco, logo após a primeira música, durante duas horas, cada um dobrado sobre o respectivo instrumento, perante nós, um mundo de melodias que pecou por não ultrapassar a barreira do formalismo que pode ser o palco...

Vale Freixo

A luz ténue aquecia uma noite de conforto entre amigos. O crepitar da lenha marcava o ritmo para gargalhadas e cantos. Qualquer razão chegaria apara aquele encontro, longe da rotina lisboeta, mas neste caso, o aniversário do GV era mais do que uma inspiração para longas horas de convívio e sorrisos

segunda-feira, novembro 06, 2006

O poder da ferramenta!

Ontem eu era provávelmente o único com uma t-shirt não preta no atlântico.
A plateia parecia uma mar negro unifrome. Sem grandes agitações, aguardava-se o poder de uma ferramenta bem afinada.
O primitivismo dos Mastodon abriu as delícias para quem esperava uma grande noite, mas com a dificuldade que era para entrar (pelo menos uma hora e meia de espera na fila), nem deu para aquecer o recinto praticamente vazio.
Mas quando os Tool entraram em palco estava tudo pronto.
Estalou o primeiro som, e todos acordaram para um mundo imaginário, brutal.
Ali havia um encontro de diversas formas de harmonia, que se juntavam num caos matemático.
ao fim de duas horas, estava tudo bem longe daqui, por isso ter custado tanto o fim.
Pena não ter durado mais, mas também, para ser perfeito teria que durar no mínimo 4 horas!

Black then white are all i see in my infancy.
red and yellow then came to be, reaching out to me.
lets me see.
as below, so above and beyond, I imagine
drawn beyond the lines of reason.
Push the envelope. Watch it bend.

Over thinking, over analyzing separates the body from the mind.
Withering my intuition, missing opportunities and I must
Feed my will to feel my moment drawing way outside the lines.

Black then white are all i see in my infancy.
red and yellow then came to be, reaching out to me.
lets me see there is so much more and
beckons me to look thru to these infinite possibilities.
as below, so above and beyond, I imagine
drawn outside the lines of reason.
Push the envelope. Watch it bend.

over thinking, over analyzing separates the body from the mind.
Withering my intuition leaving opportunities behind.
Feed my will to feel this moment urging me to cross the line.
Reaching out to embrace the random.
Reaching out to embrace whatever may come.

I embrace my desire to
I embrace my desire to
feel the rhythm, to feel connected enough to step aside and weep like a widow
to feel inspired to fathom the power, to witness the beauty,
to bathe in the fountain,
to swing on the spiral
to swing on the spiral
to swing on the spiral of our divinity and still be a human.

With my feet upon the ground I move myeslf between the sounds and open wide to suck it in.
I feel it move across my skin.
I'm reaching up and reaching out. I'm reaching for the random or what ever will bewilder me.
what ever will bewilder me.
And following our will and wind we may just go where no one's been.
We'll ride the spiral to the end and may just go where no one's been.

Spiral out. Keep going.
Spiral out. Keep going.
Spiral out. Keep going.
Spiral out. Keep going.
Spiral out. Keep going.
(lateralus do album lateralus)

sábado, novembro 04, 2006

green echo


Há muito que nada dizia sobre os green echo. Continuamos bem vivos!
Desde o verão que temos uma sala de ensaios "nova". Um espaço nosso onde podemos explorar a música sem barreiras. E foi com a ideia de um convite para um (primeiro) concerto, que estamos agora numa fase puramente criativa, e até estamos pela primeira vez a compor músicas! A energia é grande, e a vontade de levar o nosso som para um palco é ainda maior. Mas por enquanto, para os curiosos, é só clicar green echo.

Uma hora contigo

Uma história de amor. Uma história de sentimentos. Uma história de relações.
Gestos, expressão e música que mostram um amor tão puro que parece comédia.

ONE HOUR WITH YOU - Uma Hora Contigo
De Ernst Lubitsch e George Cukor
Estados Unidos, 1932

"Cukor começou por ser escolhido para realizar este filme, concluído por Lubitsch, com Cukor como assistente (!), o que mostra o prestígio imenso de Lubitsch nos anos 30. Mas também deve explicação ao facto do filme ser um ”remake” musical de THE MARRIAGE CIRCLE, geralmente indicado como aquele em que a marca do ”Lubitsch touch” se consolida, seguindo uma história de casais trocados. Aqui, Chevalier e MacDonald, então um dos pares mais famosos do cinema, dão corpo a um casal cuja felicidade é perturbada pela entrada em cena de um sedutor."