Uma Rua ao Frio

O contraste do frio do chão coberto de neve e o calor que vem de dentro do casaco. O choque do ar gelado com o respirar.

sábado, setembro 23, 2006

Eddie - 4 de Setembro 2006

(fotografia tirado por eu)

terça-feira, setembro 19, 2006

Disponível para amar - Wong Kar Wai

"Quando estamos com alguém, não basta estarmos individualmente bem" "Ele conseguia ver o passado, mas não lhe conseguia tocar"

Um filme espectacular deste realizador que insiste em fazer filmes bons. A história dança uma valsa, ao som de suspiros dos personagens principais. Sentimentos à flor da pele em imagens coloridas. Um ensaio de paixão enquanto se espera por amar, ou uma paixão quando já não se tem quem amar? Disponível para...

domingo, setembro 17, 2006

Teatro: Vento Leste

No âmbito do Fórum Gulbenkian Imigração – Da minoria para a maioria - fui ver a peça Vento Leste no sábado.
Uma peça muito bem feita sobre a imigração para Portugal. Natasha sozinha em palco, mas com uma presença que enchia todo o anfiteatro ao ar livre dos jardins da Gulbenkian.
Não digo para não perderem, porque se não foram, já o fizeram

"O monólogo de Natasha Marjanovic, uma mulher nascida na ex-Jugoslávia que é obrigada a emigrar devido aos conflitos recentes naquela região, é um testemunho dado na primeira pessoa e fundado na experiência pessoal da actriz, que nos relata o seu percurso da infância na Jugoslávia de Tito até à partida da sua cidade natal e à vivência dos primeiros anos como imigrante em Lisboa."

(Texto no site da Fundação Calouste Gulbenkian)
.
Obrigado, e mais uma vez, parabéns M.

sábado, setembro 16, 2006

Uma noite em Lisboa.

A luz amarelada dos candeeiros era forte e lutava por um lugar no céu azul que anunciava o rasgar de um novo dia. A cidade passava pela janela aos meus olhos que por sua vez lutavam para se manterem abertos. Mas o cansaço não faria desaparecer o sentimento de uma noite bem passada, com novas pessoas, num novo horizonte, mas na mesma cidade de sempre.

terça-feira, setembro 12, 2006

11 de Setembro


Cor e luz que tentam preencher um vazio para sempre marcado.

domingo, setembro 10, 2006

Linhas Rectas

(fotografia por eu)

quinta-feira, setembro 07, 2006

Pearl Jam - Dia 4 de Setembro


Foi lindo. Foi excelente. Foi espectacular.
Estes gajos mostraram que estão cada vez melhores com o passar dos anos.
Desde o primeiro acorde que senti arrepios e pele de galinha, e assim foi até ao fim.
Que concerto! Nunca tinha tido a oportunidade de os ver ( em 2000 tinha bilhete para o festival Werchter na Bélgica mas no dia anterior foi o acidente em Roskilde e eles cancelaram o resto da tour). A cada música que tocavam, saltavam memórias e sentimentos desde a primeira vez que ouvi o Ten e que fingia tocar guitarra ao som grunge (tinha 8 ou 9 anos!), até ao dia do concerto, que foi um dos dias mais importantes da minha vida (em que entrei para o mundo do trabalho).
Uma noite inesquecível...

Eles tocaram:
Wasted Reprise
Life Wasted
Animal
Corduroy
Severed Hand
World Wide Suicide
Evenflow
I am Mine
God's Dice
Given to Fly
Do the Evolution
Wishlist
Lukin
Not For You
Comatose
Elderly Woman Behind a Counter in a Small Town
Jeremy
Why Go
Last Kiss (com o Eddie Vedder no meio do pavilhão!)
Inside Job
Black
Crazymary
Alive
Big Wave
Betterman
Leash
Baba O'Riley (cover dos The Who)
Yellow Ledbetter

Obrigado Pearl Jam!

Onde estão os Santos?

Já repararam que deixou de se dizer santinho quando alguém espirra?

Cadavre Exquis

Eu aqui estou bem disposto, já que entre todas as nuvens de mau agoiro há um sol de ouro. A sombra que paira nesta mesa faz-me lembrar um rio que segue rumo a um destino desconhecido. É inesquecível, quase fazendo lembrar milagres: como pedra preciosa negra, mas que brilha (a obsidiana), ou o próprio disco solar, que queima mas que dá origem a tudo e todos: "vamos mergulhar nesta bebida com o sol e a cidade como cenário." O som está aqui, enquanto ao longe movimentos silenciosos dão vida a todos que ao longo deste rio chamam a sua casa. Quatro paredes, caiadas - que português - viradas para o sol. Reflexo de tudo e anda: incompetência, jovialidade, superação, idiotice.
Foda-se, é aqui que eu quero estar. Não há paciência para não estar em lado nenhum! Porquê estar sempre a pensar onde se não está? Porquê obrigar a mente a seguir caminhos indefinidos? O imaginário, a vontade ou desejo de um melhor sítio. Porquê os cabrões da EMEL? Estado a entrar-nos pelos bolsos, qual serpente subtil. A foder-nos como machista descontrolado, pêlos no peito. Prefiro atravessar o rio, de dia, no cacilheiro. A viagem, a água, as ondas, o movimento. Parado neste sítio faço viagens maravilhosas inundado pelas cores que me rodeiam. O som que rodeia a figura criada nas masmorraas da imaginação. Solidão? Grão de sal entre o Tejo e o Mar. Ao sol, dissolvido pelos elementos que o rodeiam. Se esta é a minha imagem, é esta a cidade que a interpreta. E confunde.

Eu e T.

domingo, setembro 03, 2006

A Viagem

5 amigos, com a sensação de liberdade. Curso acabado, havia que aproveitar o (último?) longo verão. Depois de inúmeras ideias, A ideia veio, e nós fomos!
Pegámos na autocaravana do senhor Amílcar e, como contratempo, fomos rumo ao sul para ver o sol de Portugal, antes de rumar para o Norte.
Pequeno acidente à parte, voltámos a Lisboa para gasóleo, João e reunião. Prontos, partida, 30 horas de seguida até Amsterdão, com Portugal no coração (um pouco foleiro, mas tem que ser!)
Chegada. Não havia sítio onde parar, mas tuga desenrrasca-se. Aí no bairro mais in estacionámos e dormimos no nosso hotel ambulante. Um dia de descanso, na companhia das inter-railistas, a passear de bicicleta pela cidade do pecado. Cai a noite, instala-se a loucura. É altura de ir para a caravana, que ainda temos um bosque a atravessar.

Chega, vamos até Copenhaga que isto está mais que visto!
Os dinamarqueses têm um estilo de vida cool (yet again, apenas no verão). Aproveitam ao máximo o facto de viverem em cima da água. Esplanadas e apsseios até não mais, cheios de pessoas de todo o tipo, que bebem a sua cerveja ao fim da tarde, depois de um dia de trabalho. O rio com dezenas de pequenas embarcações. Todos a aproveitarem o sol. Claramente uma lição a retirar para todos os lisboetas!
10 da noite? qual noite?
Copenhaga alberga Christiania, uma comunidade hippie que se instalou nos anos 70 numa zona abandonada da cidade. Depois de inúmeros conflitos com a polício e governo por causa do consumo drogas duras, conseguiram um compromisso: eles viviam na deles desde que não houvesse drogas duras. Infelizmente, hoje vê-se uma clara discrepância entre aqueles que de facto vivem no espírito da comunidade, e aqueles que apenas aproveitam para se esfumaçarem a cabeça. O pior é que estes parecem ser a maioria. A realidade é que este parece ser um comportamento inevitável em sítios com alguma liberdade...
Fora, a caminho de Estocolmo. Atravessámos a ponte que liga os dois países e que ultrapassou o recorde da nossa Vasco da Gama. Que treta de ponte, a nossa é bem melhor. (viva o nacionalismo puro!) E enquanto nos diziam bem-vindos à Suécia, cobravam 65 euros de portagem. Belo Estado!
Uma visita nocturna ao centro e ficámos apaixonados pela luz da cidade no rio. Teriamos aterrado num cenário Holywodesco?

Sono, dormir, mas esta luz... Ah, são duas da manhã!
De dia a cidade mostra o seu esplendor. Não há obras, os predios estão todos arranjados. Não há lixo ou minas no chão. Bolas, alguém que ponha algo fora do sítio.
Arte interventiva por todo o lado, imaculada de vandalismo juvenil.

Se o bom tempo sempre nos acompanhou...
o céu bem nos assustou,
apesar de até isso trazer cores espectaculares à cidade!
Mas chega de cidade. Fomos aproveitar o campo, explorar o interior da Suécia. Desviando do plano inicial de ir à Noruega, fomos parar ao meio do nada. Um paraíso natural acabado de pintar, com o cheiro mais intenso a terra humida.

De regresso à Dinamarca, fomos parar a uma pequena localidade, Frederikssund. Uma aldeia do futuro? Uma simples e banal estância balnear? Tudo pacífico e bem arranjado.

Deu para descansar, absorvidos pela paisagem,
mas algo assombrava o sítio,
Os Vikings ainda andam por aí!
Com o brilho do céu nos olhos, é altura de partir.
Apenas tempo de passar pelo Louisiana. Um museu que alberga uma vasta colecção de um milionário (que não se chama Louisiana, mas que tem imensa pasta e bom gosto).

Mas agora é de vez. Começar o regresso à nação. Um último olhar para o sol,
e assim fomos acompanhados pelas nuvens...

estrada fora. Em Ovar os caminhos se separaram, mas as imagens desta grande viagem ficarão para sempre na memória!

(fotografias por eu excepto as 14 e 24)