Uma Rua ao Frio

O contraste do frio do chão coberto de neve e o calor que vem de dentro do casaco. O choque do ar gelado com o respirar.

terça-feira, agosto 30, 2005

Passadeira no Deserto

Finalmente, a rua Joaquim António Aguiar (que liga o Marquês de Pombal ao Amoreiras) está a ficar com um aspecto apresentável. Dois anos depois de começarem as obras, reabriu a parte da rua que separa as duas partes da Rodrigo da Fonseca, mas apesar da indubitável vantagem que isso traz, há algo que confesso não perceber. A passadeira que atravessa a rua, foi feita de forma a obrigar o peão a parar no passeio central pois as passadeiras não estão alinhadas e os semáforos não abrem ao mesmo tempo. Obviamente que é por razões de segurança, para que as pessoas não atravessem à louco a rua que hoje mais parece uma auto-estrada (3 faixas para cada sentido).
Enfim, não há nada mais agradável do que ficar parado no meio do nada a levar com o fumo de todos os carros que por lá passam sem falar dos dias de chuva torrencial ou calor insuportável….

segunda-feira, agosto 29, 2005

Lisboa Soundz

Ontem foi o Lisboa Soundz. Coisa rara algo se passar em Lisboa em Agosto, e aliás viu-se o porquê; o recinto estava bastante espaçoso. Um tipo de gente variada, sobretudo diferente da dos grandes festivais. Achei sobretudo piada a uma família de turistas cujos pais estavam para ver mogwai, e os filhos para Franz Ferdinand.
Quando cheguei estava a acabar o concerto de Bunnyranch, que talvez injustamente, me pareceram uns Franz Ferdinand ao estilo tuga. Porém, a primeira coisa que me saltou à vista foi que o chão estava coberto de caca de gaivota (o festival foi na doca da pesca...).
O concerto de Jimmy Chamberlin Complex foi uma agradável surpresa. Melodias atmosféricas, com grandes influências de Mogwai. Uma verdadeira aula de música, com o conhecido baterista (ex-smashing pumpkins) em grande destaque. Sugiro uma espreitadela a http://www.jimmychamberlincomplex.com/
O grande momento da noite entrou com os Mogwai. Para mim sempre foi um nome conhecido, mas estava longe de conhecer o génio daqueles pacatos escoceses. Talvez por ser no exterior tocaram um set mais dinâmico, do que o habitual na sua discografia. A quem não conhece, não hesitem e vão ouvir. Eles são grandes, e influenciaram bandas como oceansize e (talvez mais conhecido) Sigur Rós (Aproveito para dizer que vêm cá no dia 20 de Novembro ao Coliseu dos Recreios. São lugares marcados por isso aconselho a acelerarem o processo de compra pois os bilhetes já estão à venda, e a ultima vez que cá vieram, esgotou imediatamente). Apenas tive pena de tocarem apenas uma hora e meia, e ainda dos putos que estavam atrás de mim e que não se calavam só porque não percebiam o que se passava em palco e apenas estavam lá para o ultimo concerto.
Os festival acabou em alta, com os Franz Ferdinand a rasgarem a noite com uma pica inesgotável, num concerto bem parecido ao do Sudoeste 2004, mas mais íntimo e com algumas canções novas (demasiado parecidas com as do primeiro álbum). Faltou tocarem a This Fire, que se ficou como hino que o público entoava para chamar a banda de volta ao palco.
Enfim, uma bela noite junto ao rio...

Telefone Estragado

Percorria eu anteontem o extenso passeio ao longo da praia da Nazaré quando me deparei com uma densa multidão que olhava para o alto do Sítio (NOTA 1 para quem não conhece a Nazaré, o Sítio é uma arriba que se sobrepõe à praia). Algo infeliz tinha passado, alguém se tinha suicidado, lançando-se do alto do Sítio. Como não podia deixar de ser, todos tinham que ver e seguir toda a operação e "salvamento". Do início da multidão ao fim, as versões sobre o que se tinha passado foram variando. Desde a versão 1; um tinha empurrado o outro, à versão X (que aliás já era um mito urbano da Nazaré); já era a terceira vez que o homem se tinha atirado, tendo sobrevivido das duas primeiras com ligeiros ferimentos ( NOTA 2 para quem não conhece a Nazaré, o Sítio tem uns bons 100 metros de altura!).
Facto é, que toda a tarde do povo da Nazaré rondou aquele acontecimento, que aliás nem é raro!
Faz um pouco lembrar o gosto mórbido de abrandar nas auto estradas quando há um acidente para ver os feridos e o estado dos carros, vicio que costuma resultar em bichas de 10 km ou mais...
Já alguém reparou neste pequeno equivoco?